Alguém pra chamar de infinito

  E aquele sorriso no rosto não existe mais. O nome dele saindo pela minha boca também não. Nenhum pensamento. Nenhum telefonema. Nada. Roupas jogadas pelo chão e duas escovas de dente no banheiro só no passado, bem recente por sinal. O cheiro que permanece agora nos lençóis da cama é somente o meu. O que eram dois virou um. Fotografias foram jogadas no lixo e junto delas vários sentimentos e lembranças.
  Ainda ta doendo, mas eu sei que passa. O problema é o tempo que isso demora pra acontecer. Agora, aquela que acostumou ter uma companhia pra assistir filme à noite e um ombro pra deitar – às vezes dormir – está aqui, sozinha. O único barulho que ouço é do meu gato derrubando alguma coisa no chão. Ele faz eu me sentir menos sozinha quando alguém resolve partir meu coração. Algumas amigas me ligaram perguntando se eu tava bem. Disse que sim, ao mesmo tempo em que uma lagrima caiu dos meus olhos.  Eu quis ficar sozinha, só para acostumar de novo.
  Será que esse ciclo interminável de coração partido nunca termina? Será que ninguém vai chegar, ficar, curar e cuidar dele por um numero de dias indeterminável? Porque eu só queria alguém. Não pra chamar de meu, mas pra chamar de infinito.